O SOL É PARA TODOS

A energia solar é limpa, renovável e se difunde democraticamente pelo planeta
Moramos em um país tropical, abençoado por Deus, bonito por natureza e onde o sol brilha intensamente o ano inteiro. Tanto é que um estudo do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) concluiu que o valor da irradiação solar média no país é de 5,0 kWh/m²dia, praticamente igual ao valor máximo observado na Europa, ou seja, a nossa média é igual ao melhor dia de sol deles. Não é à toa que dizem em Londres: “Tomara que o verão deste ano seja como o do ano passado que caiu num domingo”.

Mas, infelizmente, o Brasil não faz pleno uso desse recurso natural. Eu me recordo que, alguns anos atrás, em férias, na cidade baiana de Porto Seguro, houve um apagão. Na pousada onde eu estava nada mudou, pois eles dispunham de células fotovoltaicas, que transformam a energia solar em energia elétrica, iluminando os apartamentos, aquecendo a água dos chuveiros etc.

Usando esse tipo de células, nossas casas podem ser, não só consumidoras, mas produtoras de eletricidade. Imagine produção de energia sem ruídos, descentralizada e, por isso, menos vulnerável aos apagões. Ótimo, não acham?

A tecnologia para um aquecedor solar é simples e viável economicamente. Já o aproveitamento da energia fotovoltaica ainda é caro e pouco competitivo com as demais fontes de energia. Ainda assim, nas últimas duas décadas, seu uso teve um crescimento anual mundial entre 20% e 25%, graças a incentivos governamentais, aumento da eficiência dos painéis solares (células fotoelétricas), economia de escala e a consequente queda no preço dos painéis e dos demais equipamentos. Os arquitetos também podem contribuir para consolidar o uso da energia solar criando projetos que valorizem a luz do sol e que aproveitem mais os raios solares para a calefação.

Projetos inovadores

Na Espanha, uma grande usina solar usa uma tecnologia interessante. Grandes espelhos direcionam a luz do sol para aquecer a água, que se transforma em vapor e move turbinas, gerando energia elétrica.

O suíço Bertrand Piccard idealizou e já testou o Solar Impulse, um avião movido exclusivamente a energia solar. Piccard pretende fazer uma viagem ao redor do mundo em 2012. Outra volta ao mundo acontecerá ainda em 2011, em um barco solar desenvolvido na Alemanha, um catamarã de 30 metros de comprimento, o maior barco movido a energia fotovoltaica do mundo.

Aliás, Amyr Klink, na sua primeira travessia do oceano Atlântico, a bordo do Parati, precisou apenas de dois grupos de baterias, que eram carregadas por painéis solares, para fazer funcionar durante 100 dias seus equipamentos eletroeletrônicos: radiotransmissor, calculadora, gravador, receptor, dois carregadores para os rádios VHF, iluminação da bússola e luzes de emergência. “Mesmo nos dias nublados, o rendimento, com a simples claridade do dia, era surpreendente, e, sobretudo, quando havia mormaço, acompanhava pelo miliamperímetro o incrível aumento de rendimento. Estava com dois painéis, quando, na verdade, necessitaria apenas de meio para suprir minhas necessidades”, Klink registrou no livro Cem dias entre céu e mar.

Com as usinas nucleares em cheque devido ao acidente no Japão e com a crescente demanda por energia limpa e renovável, investir nessa área é um excelente negócio. Os chineses, atentos a essa tendência, se tornaram os maiores fabricantes de placas solares e de turbinas eólicas.

Será uma péssima decisão estratégica se o Brasil desconsiderar todo esse potencial existente aqui.

Um comentário:

Luana Pedro disse...

Otimo texto.. gostei Tio Sidney... rsrsrs
Beijos

Luana =)

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