MOBILIDADE SEM POLUIÇÃO

Carros elétricos, híbridos ou com células de hidrogênio já são realidade
Diante dos sérios problemas climáticos causados pela poluição ambiental, a indústria automobilística, pressionada por governos e consumidores, busca alternativas economicamente viáveis para substituir os veículos de motor convencional – carros elétricos, movidos a células de hidrogênio, ou veículos híbridos são as opções oferecidas. Mas nenhuma delas é ainda perfeita. Vejamos por quê.

Carros elétricos

O motor elétrico tem maior eficiência energética em relação ao motor à combustão interna, o que diminui a emissão de gases de efeito estufa. Mas são alimentados por baterias de células de íon de lítio, que, além de pesadas, encarecem o veículo. Além disso, a autonomia de uma bateria é, em média, de apenas 70 km, ou seja, a cada hora de estrada é preciso parar o carro para recarregá-la. Por outro lado, o custo de operação e de manutenção do carro elétrico é muito menor do que o do carro convencional. Aqui no Brasil, com incentivo governamental, como acontece em outros países, seu valor de compra não seria tão elevado quanto é hoje.

À base de hidrogênio

Um ônibus movido a hidrogênio tem sido testado numa linha de 33 km, que liga São Paulo a municípios do ABC paulista. Montado no Brasil com financiamento do Fundo Global para o Meio Ambiente, agência ligada ao Banco Mundial que financia iniciativas de desenvolvimento sustentável em vários países, esses veículos são extremamente vantajosos por serem silenciosos e não emitirem poluentes. Lançam no ambiente apenas vapor d’água que, além de umidificar o ar, não provoca doenças respiratórias. O hidrogênio é barato e até já inventaram uma máquina que possibilita sua produção na garagem de casa. Mas, infelizmente, os motores movidos a células de hidrogênio ainda são muitíssimo caros.

Com motores híbridos

O motores híbridos, que funcionam com combustível e energia elétrica, são uma alternativa interessante, do ponto de vista econômico e ambiental. Em baixa velocidade, como nos centros urbanos, por exemplo, funciona o motor a propulsão de energia elétrica. Nas rodovias, em velocidade elevada, funciona o motor à combustão. Na maioria dos modelos, não é preciso carregar as baterias através de tomadas elétricas, como nos carros elétricos, pois, quando o motor a gasolina/etanol está em operação, as baterias do veículo são carregadas. Sua tecnologia contribui para reduzir o gasto de combustível e as emissões atmosféricas, pois, quando o veículo para em um semáforo ou em um congestionamento, o motor desliga automaticamente e volta a ligar assim que necessário por meio da energia das baterias. Além disso, quando há desaceleração, em uma descida ou em uma frenagem, a energia cinética é aproveitada para carregar as baterias. Em minha opinião, os híbridos são a opção do momento.

Vale lembrar que os veículos de hoje, com motor a combustão interna, possuem o mesmo tipo de propulsão dos modelos desenvolvidos no século 18. As emissões atmosféricas que geram são diretamente proporcionais ao seu alto consumo de combustível. Também desperdiçam muita energia, quer pelo aquecimento excessivo do motor, quer pela massa excessiva do veículo. Por exemplo, cerca de 95% da energia aproveitada é usada para mover o veículo e não quem está sendo transportado.

Portanto, é urgente o investimento na redução da massa dos veículos, como em carrocerias feitas com compostos de carbono, para, em seguida, desenvolver formas de propulsão mais eficazes e de menor impacto ao meio ambiente. Chega a ser um absurdo desenvolver um carro alternativo sem considerar seu peso e eficiência aerodinâmica. O veículo certamente terá baixíssima autonomia e pouca eficácia energética, acabando por mostrar-se inviável.

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