São Vicente - Uma cidade que é só história

São Vicente, cidade litorânea, localizada a 70 km da capital paulista, oferece aos seus visitantes um grande banho. De mar? Não. De história. Sendo o primeiro município brasileiro, ela tem bastante para contar.

Foi lá que o Brasil deu seus primeiros passos. Um exemplo disso, é a existência da 1ª Câmara Municipal das Américas, instalada em 22 de janeiro de 1532 (a primeira eleição foi em 22 de agosto), dando a São Vicente o título de “Berço da Democracia”. Em 1929, o local foi transformado em Mercado Municipal, onde funcionam atualmente 16 boxes.

Continuando minhas visitas pelos pontos históricos da cidade, cheguei à casa Martim Afonso de Sousa, na rua de mesmo nome. Construída em 1895, pelo Barão de Piracicaba, hoje abriga o Museu Histórico. Em seu interior, ainda se encontram ruínas da primeira construção de alvenaria do Brasil, que hospedou o fundador da cidade.

Saindo da casa, cruzei a Praça 22 de Janeiro para matar a sede na famosa biquinha de Anchieta, local onde ele, no século XVI, dava suas aulas de catecismo. Na não menos famosa feira de doces ao lado da biquinha, provei e aprovei um delicioso bolo de nozes.
Depois me dirigi ao Parque Ipupiara, ali mesmo na praça. O Parque conta com 8.170 m2 de áreas verdes, monumentos e equipamentos de lazer. Há uma gruta com cascata, playground, além do cinema 3D, o “Túnel do Tempo”, primeiro anfiteatro tridimensional da América Latina, com 75 lugares e entrada franca. Em suas paredes laterais há uma seqüência de fotos, semelhante a fotogramas, com cenas da chegada de Martim Afonso de Sousa a São Vicente.

A valorização histórica da cidade também está registrada no Parque Cultural Vila de São Vicente, ali pertinho, na Praça João Pessoa, no centro. Esse parque reproduz a arquitetura, usos e costumes da primeira cidade brasileira – o cotidiano colonial do século XVI, em diversos espaços culturais que homenageiam personagens da história vicentina e brasileira. Lojas e tavernas também reproduzem o estilo da época da fundação da vila.

Debaixo de uma tempestade de verão, cheguei ao Horto Municipal, no Parque Ecológico Voturuá. São cerca de 800 mil m2, com trilhas ecológicas dentro da Mata Atlântica (uma das últimas reservas dentro da zona urbana da cidade), além de um mini-zoológico, viveiros e estufas. O Parque abriga o Museu do Escravo, que reúne cerca de 800 peças retratando o período da escravidão no Brasil, e o restaurante africano, que serve pratos típicos daquele continente.

Ao lado do Horto, o Morro do Voturuá é o ponto de partida de vôos de asa delta e de paraglider (planador feito de pano). Para quem gosta de belas paisagens e esportes radicais, uma ótima opção. É só saltar do morro e pousar tranqüilamente na praia de Itararé.

Para quem não é tão radical assim, a opção é o teleférico de São Vicente, que liga a Praia do Itararé ao Morro do Voturuá. O passeio, com 750 metros de extensão, chega a uma altura de 180 metros. O teleférico tem 60 cadeiras duplas com travas, três circuitos de segurança, e o comando geral é feito por dois computadores de última geração.

Lá de cima é possível avistar a Ilha Porchat, lugar das baladas e do Memorial dos 500 anos, localizado no alto, próximo ao terraço. A plataforma, projetada por Oscar Niemeyer, tem um design que chama atenção por sua beleza e linhas arrojadas.

Dois outros monumentos merecem ser visitados: a Ponte Pênsil, um dos mais bonitos cartões postais da cidade, e o Porto das Naus, o primeiro trapiche (atracadouro de madeira em estacas) alfandegário do Brasil, que proporcionam uma bela vista do mar pequeno, além de servir como local para a prática da pesca.

Antes de pegar a estrada de volta, fui tomar água de coco em um dos quiosques do Calçadão Gonzaguinha, ouvindo o som do mar rolar.

Acessibilidade
O site da cidade: http://www.saovicente.sp.gov.br não é dos melhores, mas tem certa medida de acessibilidade. Os demais itens são do tempo das naus: faltam rampas para cadeirantes, não há intérpretes de libras, nem folhetos de informações turísticas em braille.

Como chegar
De carro: pela rodovia Anchieta (SP 150) ou rodovia dos Imigrantes (SP 160), ambas pedagiadas. De ônibus: rodoviária Jabaquara (estação Jabaquara do metrô).

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