Santana de Parnaíba

Você já se imaginou voltando ao tempo do Brasil colônia? Já se viu andando em ruas estreitas, calçadas de pedras, entre casarões com altas portas e largas janelas? Pois tudo isso parecerá real se você for a Santana de Parnaíba.

Afinal, essa cidade, que nasceu às margens do rio Tietê, concentra um dos mais importantes conjuntos arquitetônicos do estado, com 209 edificações tombadas, em 1982, pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico de São Paulo (Condephaat).

O melhor é que as construções coloniais de Santana de Parnaíba estão muitíssimo bem restauradas e preservadas, proporcionando aos visitantes uma volta ao passado para apreciar tanto a arquitetura colonial de suas edificações como o estilo colonial das mobílias em seus antiquários.

Alguns exemplos são a Casa da Cultura, no largo da Matriz, um sobrado construído por volta do século XVIII, exemplar típico das construções paulistas, com paredes estruturais em taipa de pilão, cobertas com telhas capa canal, portas altas e pé direito elevado.

Também aí se encontra o Museu Casa do Anhangüera – residência bandeirista urbana, construída na segunda metade do século XVII, em taipa de pilão e taipa de mão, onde, dizem, residiu o bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva, o Anhangüera. Representa a tradição urbana das primitivas moradas paulistas.

Ali mesmo no centro histórico, na praça 14 de Novembro, parei para assistir uma apresentação de música regional em um coreto. Era o coreto Maestro Bilo, um cartão de visitas da cidade, construído em 1892, um belo monumento histórico da cidade, hoje usado pelo projeto Música na Praça, que acontece todos os domingos, das 15h às 17h.

E já que eu estava na praça, aproveitei para dar uma voltinha na feira de artes e artesanato que acontece aos domingos, das 10h às 17h. Lá tem de tudo, desde artesanato hippie, mosaico, pintura em madeira e tecido, patchwork, toalhas pintadas, quadros, vasos, plantas ornamentais, roupas, tapeçaria em barbante, biscuit, até guloseimas. Lá, provei e aprovei um saboroso pão-de-mel.

Saindo do centro histórico, ali bem próximo, cheguei à Estrada dos Romeiros, onde existe área de camping, pesqueiros com chalés e até é possível, em uma das fazendas, fazer um curso de vôo livre ou um salto duplo de parapente (esporte radical de vôo livre com um tipo específico de pára-quedas).

Também na estrada, está localizada a barragem Edgard de Souza, inaugurada em 1901, a primeira usina hidrelétrica a abastecer a cidade de São Paulo para, na época, suprir as necessidades energéticas dos bondes, dos motores das fábricas e da iluminação, antes atendidos precariamente por uma usina provisória a vapor, instalada na rua São Caetano.

Para quem quiser esticar um pouquinho o passeio, tem a Rota da Cachaça, onde é possível visitar um dos tradicionais engenhos produtores da região ou tirar umas fotos do alto do Morro Voturuna, localizado entre Santana e Pirapora do Bom Jesus, ponto de partida dos bandeirantes e núcleo minerador da Capitania de São Vicente.

Aliás, em Santana de Parnaíba começa o Roteiro dos Bandeirantes, um percurso turístico histórico-cultural, englobando oito cidades que margeiam o rio Tietê.

São museus, fazendas, trilhas e caminhos dignos de serem explorados por quem deseja diversão e cultura, sem a ambição por ouro ou esmeraldas, nem a busca de escravos indígenas, como era próprio dos bandeirantes.

Acessibilidade

O site da cidade é acessível, disponível em:
www.santanadeparnaiba.sp.gov.br

Os demais itens são do tempo da mineração paulista: não há guias, intérpretes de libras, banheiros acessíveis para cadeirantes e tampouco folhetos de informações turísticas em braille.

Como chegar

De trem, a partir da estação ferroviária da Barra Funda; de carro, pela Rodovia Presidente Castelo Branco SP 280 (pedagiada).

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