Guararema

Há um rio que corta a minha cidade. E na sua, há um rio?
Que bom seria se todas as cidades tivessem um rio onde pudéssemos, com os pés imersos, contemplar em águas claras os peixes que nele vivem. E foi com essa saudade que viajei a Guararema, uma cidadezinha a 75 km de São Paulo.

Afinal, as águas não poluídas do rio Paraíba do Sul são um dos atrativos turísticos de Guararema, onde se pode pescar peixes como: piaba, piabanha, piau, curimbatá e outros, passear de barco e jet sky. A preservação não se encontra apenas nas águas, mas ao seu redor, com a presença da mata ciliar, de animais silvestres e muitas aves.

Com a nascente na serra da Bocaina, na junção do rio Paraitinga e Paraibuna, em São Paulo, o rio Paraíba do Sul, de cor verde escuro, com 1.058 km de extensão, deságua na cidade de São João da Barra no estado do Rio de Janeiro. E não é que lá em Guararema tem até ilha! Duas delas receberam infra-estrutura, incluindo pontes que as ligam, tornando possível uma total integração entre o homem e o meio ambiente. Fui visitá-las, é claro!

Começando pela Ilha Grande. Lá na ilha, fiz uma caminhada por uma pista de 400 metros, às margens do rio Paraíba, sentindo o cheirinho de mato e ouvindo o som típico de água quando encontra uma pedra no caminho. Dei uma paradinha para ouvir um músico com sua gaita, interpretando alguns clássicos da música sertaneja. Quem desejar pode aproveitar também a orientação de um professor de educação física do projeto "Bom Dia Saúde" para fazer alongamento.

Deixando a ilha, me dirigi ao Recanto do Américo. Esse verdadeiro cartão-postal, além das pontes que interligam a praça às ilhas, conta com ampla e variada concentração de espécies de mata nativa, remanescentes da Mata Atlântica, e uma bicentenária árvore pau d'alho, com aproximadamente 30 m de altura e 12 m de diâmetro. Aliás, o nome da cidade é inspirado nessa árvore que, em tupi, se chama guararema. Fiquei um pouquinho ali, curtindo toda aquela tranqüilidade, sentado em um banquinho de praça. Próximo da Ilha Grande há uma feirinha de artesanato, onde se encontram bijuterias, chapéus, sabonetes de diversas frutas e peças decorativas.

Seguindo o rio, cheguei até o Pontilhão ou Ponte de Ferro Central do Brasil, próxima à estação de trem, de origem inglesa, cuja arquitetura chama a atenção de todos.

Depois fui conhecer o Parque Municipal da Pedra Montada, localizado na estrada da Petrobras. Ali, após subir uma longa escadaria, encontrei uma verdadeira escultura da natureza. Trata-se de uma belíssima sobreposição de pedras, cada uma medindo cerca de 9m de comprimento por 2,5m de altura. É possível também chegar às pedras por meio de uma rampa, que permite o acesso de cadeirantes.

Quando bate a fome, há boas opções gastronômicas em Guararema, desde ranchos à margem do rio, que servem a famosa traíra sem espinhos, até sítios que, além de restaurantes, têm arborismo com tirolesa, treking, rapel e escalada. Em um desses, provei e aprovei um delicioso pintado com molho de camarão, palmito e alcaparra. Se você aprecia o belo, não deixe de ir à Orquidácea. Considerado um dos melhores orquidários do Brasil, em termos de organização, limpeza e qualidade de cultivo, lá se produz, em média, 150.000 mudas/ano, atendendo sempre as últimas tendências do mercado, com as melhores matrizes nacionais e internacionais.

A 8 km do centro da cidade, na fazenda da Cia. Suzano de Papel e Celulose, se encontra a Cachoeira do Putim, de 15 metros. Suas pedras formam escorregadores naturais. Para quem curte visão panorâmica, a dica é o morro do Gerbásio, com 80 metros de altura, que proporciona boas fotos do vale que abriga a cidade.

Então, é ou não um bom lugar para passar o próximo domingo?

Acessibilidade:

o site da cidade é acessível, porém pobre de informações. Os demais itens deixam a desejar. Não há folhetos de informações turísticas em Braille, nem intérprete de Libras.

Como chegar:

rodovia Presidente Dutra ou rodovia Ayrton Senna, ambas pedagiadas.

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