Monte Verde - No sul de Minas, pertinho daqui

Imagine-se sentado em frente a uma lareira, sentindo aquele arzinho penetrante e frio, típico das montanhas, batendo no seu rosto. Então, você acende a lareira, os gravetos sobre a grelha pegam fogo imediatamente e você, ali, observando o saltitar das chamas, azuladas, hipnóticas com sua luz brincando em sua pele. Agora é só saborear um bom vinho, com um queijo gostoso, sentindo o calorzinho do fogo sem se preocupar com o tempo. Onde? Em Monte Verde.

Fundada onde antes era a fazenda da família Grinberg, imigrantes da Letônia, essa cidadezinha no sul de Minas, no alto da Serra da Mantiqueira, além do clima de montanha, tem paisagens exuberantes. Foi em busca de um ambiente assim, tranqüilo e aconchegante, que percorri os 170 km que separam São Paulo de Monte Verde.

Na chegada, um susto. Havia chovido muito e, nessas ocasiões, a subida do morro torna-se um verdadeiro rali. Ônibus não sobe. Chegamos com o carro totalmente enlameado.

Hospedagem não é problema, afinal, a cidade é repleta de hotéis e pousadas. Acomodei-me em um bangalô bem confortável com uma lareira aos pés da cama. Uma vez bem instalado, fui às compras, direto na avenida Monte Verde, centro comercial da cidade. Ali, há várias casinhas estilo enxaimel, onde é possível comprar perfume, cosméticos, calçados, moda de inverno, artigos em couro, artesanato, chocolate caseiro, cachaça, vinho e muito queijo. Aliás, a degustação é farta, de deixar em dúvida sobre o que levar. Nem por isso deixei de acrescentar alguns quilos na minha bagagem.

Para cortar caminho, decidi fazer a trilha do pinheiro alto, que liga a avenida Monte Verde à avenida Sol Nascente, onde eu estava hospedado. É uma trilha leve, bem arborizada, com uma pequena ponte sobre um riacho e, como o nome diz, tem como marco um grande pinheiro alto. Aliás, há na cidade muitas opções para os apreciadores da natureza. A partir do final da rua Cedrus Libani, encontra-se o início de várias trilhas – Chapéu de Bispo e Platô (10 min); Pedra Redonda (20 min), excelente para fotógrafos, pois tem a melhor vista da região; Pedra Partida (45 min), com trechos de maior grau de dificuldade; e Pico do Selado (1h40), a mais longa, segue o topo da serra a partir do Chapéu de Bispo.

Outra opção é a Cachoeira dos Pretos, com 154 metros de altura, um grande volume de água e um grande estrondo provocado pelas quedas que os visitantes ouvem de longe enquanto se aproximam pelas trilhas em meio à mata ciliar. No caminho para a cachoeira, ainda há várias quedas d'água e corredeiras, piscina natural e bicas para banho.

Nas noites em que ocorrem eventos especiais, a cachoeira é totalmente iluminada. Realmente, o ecoturismo é forte em Monte Verde. Na avenida S ol Nascente, encontrei uma comitiva com mais de 100 cavaleiros. Fui convidado por um deles a um passeio em um manso e sossegado pangaré. Se você quiser, pode se divertir também com o jeep, o quadriciclo, as motos, o trenzinho, o avião monomotor, a patinação no gelo, o rafting e outras atrações disponíveis aos visitantes de Monte Verde. Uma dica: para itens cobrados por hora, negocie. O valor final fica bem abaixo do inicialmente pedido.

Quando bater aquela fominha, não tem por que se preocupar, pois as opções gastronômicas de Monte Verde são de dar água na boca. Vão desde a tradicional comida mineira, com leitão a pururuca, galinhada, carne na lata (conservada em banha), preparada no fogão à lenha, até o prato mais típico da cidade: trutas. Você até pode escolher em um trutário o peixe que irá saborear no seu almoço. Eu provei e aprovei uma saborosíssima truta com alcaparras, palmito e batatas ao forno.

Então, é ou não é um bom lugar para passar um fim de semana?

Acessibilidade - O site da cidade, embora pobre de conteúdo, é acessível: . Já os demais itens de acessibilidade são do tempo dos pioneiros, fundadores da cidade. Não há guias, intérpretes de Libras, banheiros acessíveis para cadeirantes e tampouco folhetos de informações turísticas em Braille.

Como chegar - d e carro, pela rodovia Fernão Dias até Camanducaia e depois mais 35 km por uma estrada de terra; de ônibus, saída do Terminal Rodoviário do Tietê.

Nenhum comentário:

Postar um comentário