Lixo, como tratá-lo?


Apenas 1,6% dos resíduos orgânicos coletados é encaminhado para compostagem

Quase todo mundo reserva um dia para a arrumação do lar. Limpamos gavetas, armários, separamos tudo o que não terá mais lugar em casa. Daí, então, é só classificar os itens separados como reaproveitáveis, recicláveis, passíveis de doação ou comercialização. O que sobra, descartamos sem dó.
Pois é, da porta para fora de nossas casas, esses resíduos constituem um problemão para o ambiente e uma equação difícil de ser resolvida pelos governos na área de gestão sustentável. Se os nossos rejeitos são um problema, o que dizer dos resíduos industriais, agrícolas e hospitalares? Não dá para empurrar para debaixo de algum tapete.
A fim de regulamentar a coleta e o tratamento de resíduos urbanos – perigosos e industriais –, e de determinar o destino final correto do lixo, o governo federal criou, em agosto de 2010, a Lei 12.305, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS).
Vejamos alguns resultados até agora
Segundo informe do Ministério do Meio Ambiente, no ano 2000, apenas 35% dos resíduos eram destinados aos aterros. Esse número agora está próximo dos 60%. O número de programas de coleta seletiva (451 em 2000), agora beira os 1.000, ou seja, mais do que dobrou.
Assim parece que tudo está nos trilhos, mas o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) divulgou em abril um diagnóstico dos resíduos sólidos no Brasil.
Segundo o Ipea, 51,4% dos resíduos brasileiros são constituídos por matéria orgânica, passível de compostagem ou biodegradação para geração de energia, mas apenas 1,6% dos resíduos orgânicos coletados é encaminhado para compostagem; materiais recicláveis (metais, plásticos, papéis, vidros) constituem 31,9% dos resíduos no Brasil.
Apenas 17,7% dos plásticos reciclados são coletados por programas oficiais de coleta seletiva. Para os metais, esse número cai para 0,7%. Esse baixo índice de coleta não surpreende, pois apenas 18% dos municípios brasileiros possuem programas oficiais de coleta seletiva. O restante é feito de maneira informal, por meio de catadores, que são aproximadamente 600 mil no Brasil. Cerca de 1.100 organizações coletivas de catadores estão em funcionamento no País.
Dos resíduos coletados, somente 10% são enviados a usinas de triagem/reciclagem, compostagem, incineradores e outras formas de destinação. Os 90% restantes são destinados ao solo (aterros sanitários, aterros controlados ou lixões). Existem ainda no Brasil 2.906 lixões, distribuídos em 2.810 municípios. Esses deverão ser erradicados até 2014, conforme a PNRS.
Como dá para notar, o lixo continuará sendo, no Brasil, um problema de difícil solução por um bom tempo.
Façamos a nossa parte, separando o que pode ir para a coleta seletiva e, de preferência, reduzindo ao máximo a nossa geração de resíduos.
“Estive lá e gostei” volta
Depois de abordar temas como água, energia limpa, biocombustível, diminuição de poluentes, Código Florestal, Rio+20, lixo reciclável, etc., encerro esta seção sobre ecoconvivência com a esperança do dever cumprido: contribuir para a reflexão a respeito da importância de nossas ações para a saúde do Planeta.
No próximo CONVIVA, volto a falar de bem-estar e lazer, com dicas de passeios para o final de semana. Até breve!

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